sábado, 26 de janeiro de 2008

Chegando em El Calafate


Somos viajantes. Adorei este definição que Bertolucci utilizou em um de seus filmes para diferenciá-los de meros turistas. O viajante interage com os lugares por onde passa enquanto o turista se põe atrás de imensas janelas onde o ambiente é climatizado filmando e fotografando tudo de maneira voraz.

No primeiro dia das férias os pretensiosos candidatos a viajantes partiram de São Paulo rumo a Patagônia. Nosso objetivo era explorar o sul da Argentina e Chile, começando por El Calafate, passando depois por El Chalten, rumando ao Chile em direção a Puerto Natales e o parque nacional de Torres Del Paine e por fim saindo da Patagônia, fazer uma ligeira visita a capital portenha, Buenos Aires, antes de regressar a São Paulo. Foi uma viagem e tanto na companhia de bons amigos, e cujas emoções que consegui registrar durante a viagem tento reproduzi-las aqui neste espaço.

Ao chegar a El Calafate ao final daquele dia, após enfrentar dois vôos consecutivos tive a sensação de que estava na lua. Obviamente nunca estive na lua, mas minha imaginação me permite acreditar que ela deve ter muitas semelhanças com aquele lugar. O avião desceu numa apertada pista de pouso ao lado de um grande lago de um azul hipnotizante. Imaginei como poderiam ter permitido construir um aeroporto num pedaço de terra tão belo. O vento era intenso e muito frio tanto que mesmo antes de chegar ao hotel quase todas as malas já tinham sido abertas a procura de agasalhos.

Já passava das 21h00 e das janelas do hotel ainda víamos o céu amarelado pelo sol que no horizonte parecia começar a se preparar para se por. O céu parecia uma imensa tela azul sobre a qual a luz do sol em crespusculo espalhava todas as cores possíveis seguindo a inspiração de um artista muito ousado.

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